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Processo

Outono

Existe uma vantagem em ser negligenciado, a possibilidade de se criar cânones. Os velhos mestres quase não pintaram o verão, o calor e os trópicos;

Quando o fizeram, era a visão de um europeu ali: o verão alegre, sadio, a comunhão entre aqueles que saudavam a chegada do sol, o resultado era belo, mas, por vezes, óbvio.

Não à toa Gauguin foi tão exaltado, morando nos trópicos ele entendeu que o calor poderia ser triste, que existia melancolia entre bananas e cobras, e, nesse jogo de contrastes invisíveis ao velho continente, criou beleza (que nada mais é do que o resultado da harmonia entre tensões).

Minha pretensão caminha ao lado de Gauguin, tentando encontrar a feíura do verão, porque existe aqui algo de muito belo, uma sinceridade ímpar naqueles que são tristes ao sol.
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