Pessoalmente, entendo-a como um conceito mutável que reverbera sempre o período em que se vive, ora sendo um espelho, ora sendo uma resposta.
Atualmente, creio que nossa maior necessidade seja nos defendermos do entorpecimento que o alto grau de informação diária nos gera. Uma vida vivida no automático, com pouco tempo para reflexão e com percepção de sensações muito reduzidas. Dentro dessa perspectiva, a arte se aproximaria da meditação, um momento em que somos transportados, nos utilizando da contemplação, ao império dos sentidos, que intensifica nossa potência de sentir a vida e, por consequência, de vivê-la.
Então, o que é a Arte?
É o instante seguinte à batida de carro, ao assalto, ao gelado da chuva e a dormência pós sexo, é aquela morte repentina de alguém próximo. É o momento indescritível que nos mostra que sentir é a única forma de nos percebermos vivos. E por isso, e apesar disso, estamos aqui.