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A Arte em tempos de crise

A Arte em tempos de crise

Refleti muito sobre qual é papel do artista durante uma crise, não me refiro ao papel da Arte, mas sim do indivíduo que cria.

Os anos de trabalho me ensinaram algo, é impossível pautar um artista, uma perda de tempo também. Não podemos sequer ser convencidos, porque criar não é racional, A Razão é nosso motor, não o combustível .

Mas, sensíveis que somos, não nos sentimos tocados por esse mar de acontecimentos? Nos tornamos mais frios?
Acredito que não, dizer isso seria semelhante a falar que aquele que faz serenatas é mais apaixonado do que o introvertido, quando na verdade sabemos que na maioria das vezes ocorre o oposto.
O Criador não existe para satisfazer o público – embora anseie por isso – ele não tem propósito algum, sinto muito, a única coisa que está ao seu alcance é transbordar suas emoções em.. coisas, e algumas destas coisas fazem as pessoas transbordarem, rememorarem sua natureza, alegrias, tristezas, sabores e sensações.

Sobre mim, crio constantemente obras com forte carga política (sempre me interessei pelo tema) ainda que dificilmente elas sejam lidas sob este viés pelos espectadores. Sempre me preocupo que não sejam explícitas, me recuso a ser sequestrado como propaganda seja por quem for, porque eu não sou uma causa, eu sou plural e vivo lutando para não ser hipócrita.
Sou tão herói quanto canalha, quanto qualquer um (uns mais outros menos, é verdade).

Como pessoa, me esforço para ajudar alguns, tentar ser ético e lutar pelo que acredito, mas como artista não considero que tenho nenhum dever moral, nunca, meu único compromisso é com minhas entranhas e, se estas forem boas, aí sim, tanto melhor para todos.

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